sábado, 21 de novembro de 2009

Tempo que passa.

Todos nós temos a sensação de que o tempo só passa para os outros, não é verdade? Contudo, esse conceito começa a mudar quando chegamos à casa dos vinte anos e percebemos que vários de nossos amigos estão indo morar com seus respectivos namorados e namoradas – sendo que, às vezes, alguns deles já estão até com um bebê a caminho –, começamos a ser chamados de “tio” ou “tia” por algumas crianças que encontramos no elevador de shopping center e presenciamos a morte de pessoas queridas. Medo...






Então, olhamos para trás e lembramos que não víamos a hora de terminarmos o ensino fundamental para entrarmos no ensino médio. Quando finalmente entramos, mal podíamos esperar para terminá-lo e ingressarmos na universidade. Quando já estávamos lá, queríamos nos livrar com todas as forças de algumas disciplinas chatas e sem sentido para entrarmos logo no mercado de trabalho e talvez continuarmos nos aprimorando na área acadêmica. Quando... É tamanho o desenrolar de acontecimentos que quase perdemos o fôlego. Qual é a nossa pressa? Por que agimos assim? Não podemos esquecer que, a cada dia, nos aproximamos do fim inevitável que está reservado a todos. Depois, quando essas fases de nossas vidas terminam, temos a sensação de que “éramos felizes e não sabíamos”. Só que não dá para voltarmos ao passado.

Mesmo assim, certas pessoas utilizam artifícios para, de alguma forma, fazerem isso. Outro dia, conversando com minha mãe, falamos sobre os homens e mulheres que entram na casa dos quarenta e cinquenta anos e começam a ter preferências por pessoas na faixa dos vinte e poucos anos. Talvez essa conduta seja mais arraigada na ala masculina, mas muitas mulheres nessa etapa da vida também sentem atração por homens bem mais novos do que elas. É claro que cada pessoa sabe o que a faz feliz, conforme o tema do meu post anterior, e caso o relacionamento com alguém mais novo seja fonte de felicidade, maravilha. O livre arbítrio existe para isso mesmo. Ocorre que muitos costumam mentir a idade para que aconteça essa aproximação com o alvo do interesse. Desconheço dados específicos quanto a quem faz mais isso, se é o homem ou a mulher. Qual seria a justificativa para tal comportamento? Seria um sinal de imaturidade e insegurança? Talvez. Pode ser que não haja uma resposta definitiva, mas o que podemos constatar é que assumir a idade real, ou seja, aceitar que o tempo passa é sinal de sabedoria. É sinal de que a pessoa se aceita exatamente como ela é, e essa aceitação transparece aos outros de uma forma bastante positiva, seja nos relacionamentos afetivos, seja no trabalho ou em outras esferas da vida. Nesse contexto, aceitação significa autoestima, o que é imprescindível para termos uma existência satisfatória e não encararmos a passagem do tempo como algo nefasto, e sim, como algo enriquecedor.

Cada fase tem a sua própria beleza. Porém, o tempo que passa nos ensina que tudo nessa jornada tem um prazo de validade. Logo, o que nos resta é tirarmos o melhor proveito de cada instante. Certamente o nosso passado tem coisas boas, mas não podemos andar para trás. Precisamos valorizar o agora. Agindo assim, vamos olhar com serenidade para o nosso pretérito perfeito, ao mesmo tempo em que vamos conjugar apenas o nosso presente.

domingo, 1 de novembro de 2009

O que faz você feliz?

Em 2007, a rede de supermercados Pão de Açúcar fez uma campanha publicitária com o título “O que faz você feliz?”. É engraçado como essa pergunta, que à primeira vista parece tão simples de ser respondida, engloba uma complexidade imensa. Um dos textos dessa campanha dizia o seguinte:


O que faz você feliz?
A lua, a praia, o mar
Uma rua, passear
Um doce, uma dança, um beijo
Ou goiabada com queijo

Afinal, o que faz você feliz?
Chocolate, paixão, dormir cedo, acordar tarde
Arroz com feijão, matar a saudade
O aumento, a casa, o carro que você sempre quis
Ou são os sonhos que te fazem feliz?
Dormir na rede, matar a sede
Ler ou viver um romance

O que faz você feliz?
Um lápis, uma letra, uma conversa boa
Um cafuné, café com leite, rir à toa
Um pássaro, um parque, um chafariz
Ou será o choro que te faz feliz?
A pausa para pensar
Sentir o vento, esquecer o tempo
O céu, o sol, um som
A pessoa, ou o lugar?

Agora, me diz: o que faz você feliz?




Gosto muito desse texto, especialmente dos versos “ou será o choro que te faz feliz?” seguido de “a pausa para pensar”. A partir deles, montei minha própria lista sobre as coisas que me fazem feliz:

- não me levar tão a sério;

- demonstrar e reconhecer a leveza, a gentileza e a delicadeza nos detalhes do dia a dia;

- saber que posso mudar de atitude perante a vida;

- conseguir manter a calma em situações difíceis e, desse modo, obter um desfecho favorável;

- o inesperado... Seguir caminhos desconhecidos que podem me conduzir a lugares, situações e pessoas sensacionais, as quais eu nunca tinha pensado que conheceria um dia;

- valorizar o que tenho em vez de me lamentar pelo que não tenho;

- constatar que tudo é transitório. Ou seja, mesmo que a felicidade seja passageira, sei que a tristeza também acaba indo embora em algum momento;

- ouvir o meu coração na hora de fazer escolhas cruciais, porém, sem me esquecer de consultar o meu lado racional;

- conseguir passar pelas tormentas da vida com dignidade e, assim, me tornar uma pessoa mais preparada para os percalços inevitáveis que surgirão no caminho;

- por fim, concluo que suportar a dor me faz mais feliz, pois sem ela viveríamos sempre na ilusão.

Agora, me diz: o que faz você feliz?
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